quinta-feira, 17 de março de 2016

não quero coroa de flores

Hoje esse pensamento voltou na minha cabeça. E vou ser radical.
Quer coisa mais inútil que coroa de flores em velório? Com todo respeito e consideração... Mas porque não dar tudo isso de flor para a pessoa enquanto ela está viva?
Pensa que coisa mais linda! Pensa como a pessoa ficaria feliz.
Não quer dar uma coroa? Ok, é meio mórbido. Dá sua presença então! Dá uma flor por dia. Então teremos flores para o ano todo.

Coroas representam nossa culpa pelo que não fizemos.
Pelo amor que não demos, pelos dias em que faltou tempo, pelos dias em que faltou coragem.
Porque vamos combinar, viver dá um medo danado não dá? E a coragem? Como diz a coruja desse outro post: se der medo, finge que tem coragem e vai com medo mesmo!  Que coincidentemente foi escrito nesta mesma época, 1 ano atrás.
Que sincronia não?
Por falar em sincronicidade. Fim de semana que passou encontrei minha turma da faculdade depois de 10 anos de formados. Um dos colegas, no meio das conversas, ia e vinha com uma história de guerra. Cada um contando como estavam as coisas e ele dizia: "Mas vejam gente, e se você tivesse que ir para a guerra amanhã? Podia ser pior né? Se tivesse que lutar lá na frente. Então tá tudo bem!"
Brincamos com ele sobre essa história. Mas me chamou muita atenção o seu pensamento simples e efetivo. E então? Se eu tivesse que ir para a guerra amanhã?

Voltando à morte, pensar sobre ela pode ser bastante produtivo. De várias formas.
Uma delas é a sua iminência como catalizadora de mudanças.
Steve Jobs diz isso de maneira bem didática aqui, no tal vídeo do discurso em Stanford.
Já falei sobre catalizadores também. Substâncias que aceleram uma reação química, ou mudanças necessárias na nossa vida.
Por isso, para mim, coroa de flores, só se for para enfeitar minha cabeça, bem viva, bem alegre, bem romântica, bem feliz.
Foto: Link

No meu velório quero que toquem essa música.
E depois quero ser cremada. Desapego minha gente...
E aí de quem me aparecer com coroa de flores! Eu volto para assombrar, viu? :P
Acho, (veja bem, incerteza) que não tenho medo da morte. Tenho é medo de não viver.
Tenho medo de ver o tempo passar e não ter sentido a vida e todas as suas miríades.
E chega de escrever, tenho uma vida me esperando <3

Um comentário:

Gabriela disse...

adoro ler os teus relatos! Obrigada Iris por trazer este lindissimo momento a minha manhã