quinta-feira, 14 de novembro de 2013

o dia que descobri a minha intolerância

Era 24 de dezembro de 2009, precisava ir ao mercado. Fui logo cedo para evitar a "muvuca". Não adiantou muito. Mas como só precisava de duas coisinhas, ok. Fui até o caixa rápido e uma senhora e uma moça estavam juntas, cada uma com um carrinho cheio, que com toda certeza ultrapassava o limite de 10 itens do caixa rápido. Já me passei! Comentei com a minha irmã como tem gente abusada!!! E aquilo ficou fermentando dentro de mim.
" Que povo sem noção!! Não estão lendo a placa que limita o número de itens? Que falta de respeito com os outros!!"
" E a caixa que não diz nada. Era serviço dela limitar o acesso as pessoas que ultrapassam o limite de itens!! Que incompetência!!"
" Isso não está certo, vou falar alguma coisa." "Não Iris, deixa pra lá, é Natal, relaxa" "Não dá, é por a gente ficar quieto diante dessas irregularidades que coisas assim continuam acontecendo, no mercado e em inúmeros outros lugares! Isso não está certo!"
Pronto, era o argumento que eu precisava. Não seria conivente com aquilo.
Perguntei para a senhora se ali tinham 10 itens.
Claro que a senhora já topou o que eu estava querendo e falou que a compra era dela e da filha dela.
Ahmmm, fiz eu. É porque tem um limite de itens sabe, já que aqui é um caixa rápido.
Então a senhora resolveu comprar briga: Você está querendo dizer que eu estou errada?
Não não minha senhora, se a senhora diz que está tudo bem, então está tudo bem!Eu devo ter me enganado. Um feliz natal para a senhora!
A minha ironia pegou ela de surpresa, e sairam resmungando qualquer coisa.
Eu dando uma de santa, ainda comentei com a caixa como o pessoal ficava estressado nessa época.

Não sei bem se foi em seguida ou durante o dia, mas como num passe de mágica, o insight apareceu.
EU SOU INTOLERANTE.
Juntamente com isso veio uma coisa ainda mais interessante. A intolerância te dá poder. Pois os argumentos que você usa internamente te garantem que VOCÊ está certa. E como não lutar pelo certo???
Eu não consigo.

Percebi como essa intolerância alcançava diversos aspectos da minha vida, tipo um polvo sabe.
Tinha discussões tremendas com meu pai sobre a maneira que ele fazia as coisas no sítio (dele), principalmente as relacionadas a veterinária, curso que me graduei. Essas discussões muitas vezes me transtornavam. "Caramba, se eu estou dizendo que o certo é assim, por que ele não quer fazer????" O certo, o poder do certo. Nada mais existia além do "certo", do MEU "certo".

Por isso é tão difícil se desvencilhar da intolerância. Ela te dá poder.
Envolvendo valores internos de cada um, que muitas vezes nos estruturam, fica muito difícil se deixar perceber que existem outros "certos" além do seu.

Não sei se tenho uma dica ou receitinha para lidar com a intolerância. Para mim, só o fato de reconhecer ela na minha personalidade, foi um passo gigantesco. Hoje já consigo sentir em alguns momentos quando a intolerância vem chegando para me dominar. E a primeira coisa que penso é: RESPEITO.
Não posso, nem devo obrigar as pessoas a pensarem da mesma maneira que eu. Por mais que eu ache, tenha certeza, desse a minha vida por determinada coisa, julgando ser o certo. Continuo limitada a uma única e irresistível coisa: o exemplo.
É o máximo que posso fazer. Se considero minha ideia/atitude tão certa assim, a única maneira eficiente de mostrar para outras pessoas isso, é sendo o exemplo do que acredito. Ou como diz aquela famosa frase: Seja a mudança que você deseja ver no mundo.
Se me pedem a minha opinião, eu sou muito clara (ou pelo menos tento), mas em alguns momentos consigo me limitar apenas em dar a minha opinião, e deixar a outra pessoa livre para encontrar o que for melhor para ela.
Não, nem sempre é tão simples assim. Mas só de perceber certas nuances e movimentos, já é extremamente libertador.

Confiscado.

domingo, 3 de novembro de 2013

1 ano e meio

18 meses, 1 ano e 6 meses.
De, com e do Dudu.
Com 1 ano, devido a mudança, não consegui deixar um breve relato das suas conquistas.
Com 1 ano e meio, parece que ficou mais fácil de perceber suas mudanças.
Já percebemos ele grande, e com a barriga ("biguiga") de bexiga um pouco menor :P
De um dia para o outro consegue fazer coisas que antes não fazia. Subir sozinho no escorregador do parque foi uma delas! Me surpreendi e comemorei mais que ele.
Tem um vocabulário imenso para a idade. Pelo menos todos no ônibus ficam espantados com suas palavras e conversas e sempre vem me contar do neto/bisneto que não falava e só melhorou depois que entrou para a escola.
Ainda acorda para mamar a noite e tem dias que não sossega enquanto não sai leite.
Tomou seu primeiro susto com o cachorro do vizinho que pulou do carro e latiu para ele que estava no chão. Ficou repetindo "au-au" umas 100 vezes, e depois que eu expliquei que o "au-au" estava brincando, o "bincando" se somou ao "au-au", juntamente com o "sai".
Fica extremamente feliz com visitas em casa. Ri, corre, imita a risada, fala alto, quer mostrar as coisas. Uma fofura!
Foi batizado pelo Frei Afonso, primo da vovó, numa cerimônia linda e simples, mas muito siginificativa.
Participou de sua primeira manifestação, a Marcha Pelo Parto Humanizado. Pedindo paz ao nascer, além de "beichaichas" (bolachas).

Continua com o apetite de "pedreiro", mas tem variado os dias que come super bem com outros que almoça beterraba e beringela.
Ficou ainda mais apegado ao pai e muitas vezes só consigo fazer coisas com ele, se o pai estiver por perto, como trocar as fraldas.
A-DO-RA andar de bicicleta ("biquéta"), na cadeirinha ("cad-iiiinha").
Já diz "eu ti amo/tianu", em situações em que cabe a sentença. Um tanto curioso, e imensamente apertável!
Diz bom dia, boa tarde e boa noite, também nas situações onde a própria mãe esquece de dizer (:x).
Demonstra um certo receio do escuro ("cuiu"), e uma vergonha charmosa de amigos que se aproximam de nós e falam diretamente com ele.
Já subiu na cadeira e dali para a mesa, e também já caiu dali.
Já memoriza muito bem algumas coisas. Depois de 3 dias encontrando a mesma pessoa com um bebê no parquinho, no 4º dia, ao sair de casa ele diz o nome da pessoa e "neneee".
A mãe está cada vez mais apaixonada e agradecida por esse tesouro. Agradecida a Deus e ao esposo maravilhoso que guenta as pontas pagando as contas enquanto a mãe coruja cuida do pingo de gente, futuro da nação.
Confiscado.