quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Comunicação



A comunicação é complexa?
Eu acredito que sim.
Transmitir o que pensamos em fala, de uma maneira que o outro nos compreenda, às vezes me parece tarefa para super-herói.

E porque isso acontece?
Segundo a Wikipedia:
"Cada pessoa, que passamos a considerar como, interlocutor, troca informações baseadas em seu repertório cultural, sua formação educacional, vivências, emoções, toda a "bagagem" que traz consigo. (...)
Cada qual tem um repertório cultural exclusivo e, portanto, transmitirá a informação segundo seu conjunto de particularidades e o receptor agirá da mesma maneira, segundo o seu próprio filtro cultural."
Pronto... está delineado o porque a comunicação é complexa.
Entre duas pessoas, com passados e formações diferentes, será muito difícil que um entenda completamente o que o outro diz.
E os conflitos? Mal-interpretações?
Talvez aconteçam quando nos esquecemos disto. Quando esquecemos que a comunicação é incompleta, e que precisamos ter muita tolerância e paciência, para não acharmos que estamos sendo atacados através das palavras dos outros.
Mas aqui abre-se uma brecha para outro assunto: o de estarmos sempre na defensiva. Então vou tentar explorar um pouco mais sobre a comunicação em si.

No mundo dos negócios, a boa comunicação significa mais dinheiro. E para isso, existem inúmeros gurus que prometem a fórmula da boa comunicação.
Mas e nas relações do dia a dia... como isso acontece? Existe alguma fórmula?
Além das palavras, outros "detalhes" cruciais são o tom de voz, a forma de dizer, a expressão facial e corporal. Já se dizia que os "olhos são o espelho da alma"... mas nem sempre temos sensibilidade suficiente para enxergar os reflexos sutis que aparecem neste espelho. No nosso e no dos outros.
Para tentar comunicar uma mensagem, temos vários meios, e eu particularmente gosto quando elas vem com imagens. Como a foto que aparece no início do post.
"Um dia irei encontrar as palavras certas. E elas serão simples."
Simples, como a expressão deste desejo.
E a coerência?
Para sedimentar o conceito, vamos ao dicionário:
P. ext. Ligação, conexão, de um conjunto de ideias ou de fatos, formando um todo lógico.
Coerência e lógica. Manter o fio do pensamento, ser fiel as palavras.
Mas e quando as palavras não são fiéis ao que queremos realmente dizer?
Ai, quanta complexidade...

Continuo sem saber nada, ou quase nada sobre "boas maneiras de comunicação". Mas estamos aqui para aprender sobre isso também.
E na busca por explicações sobre comunicação, encontro sempre um alento no poeta:
"A palavra manda embora e o corpo pede um abraço" Fabrício Carpinejar
Ahh... então comunicação também tem a ver com fé. Fé no sentimento, e não na palavra. Fé no amor, e não na desavença. Fé na compreensão, e não no erro.

E mais uma vez voltamos ao amor :)

Eu acredito no amor. Acredito que este é o sentimento mais sublime, aquele que, como Deus, as palavras não podem descrever. E acredito que o amor tem a solução para tudo. O livro "O Dom Supremo" é a minha bíblia.




A edição em português é uma adaptação do livro "A melhor coisa do mundo" - The Greatest Thing in the World, de Henry Drummond.
No livro, o autor comenta a passagem bíblica da carta de São Paulo aos Coríntios, Cap. 13. É a famosa leitura, que até Renato Russo musicou: "É só o amor, é só amor, que conhece o que é verdade..." em Monte Castelo.




Mas o que tudo isso tem a ver com comunicação?
Como sempre, as coisas estão interligadas :) A boa comunicação exige amor. Porque junto com o amor, vem a tolerância necessária para reconhecer a incapacidade do outro em expressar seus pensamentos. Junto com o amor, vem a paciência necessária para tentar compreender o outro, e a si mesmo, e nossas dificuldades em nos expressarmos. Porque junto com o amor, vem a humildade, que reconhece nossas limitações de compreensão. E junto do amor, vem o amor; que não é vaidoso, não pune, e simplesmente acolhe e suporta, dando assim as condições básicas necessárias para uma boa comunicação.
Talvez, ainda não seja possível que a comunicação entre seres humanos seja completa a este ponto... mas, temos que praticar, e praticar, e praticar... para apreendermos isto que sempre tenta escapar.


Créditos das fotos: Right Words

quarta-feira, 23 de março de 2011

Tempo e limites

Fico fascinada ao perceber um pouquinho como algumas coisas são.
Pensava sobre a falta de tempo. Sempre que converso com alguém, a grande desculpa para explicar porque não ligamos, porque não entramos em contato é a famosa correria!
Nada mais justo, já que com a internet, é a enxurrada de informações que temos ao nosso dispor é muito difícil termos tempo "sobrando".
E aqui entra uma outra questão, como aproveitamos o tempo e como isso se transforma numa "correria".
Foi então que vi uma palestra que me clareou um pouco sobre o tema. Você tem liberdade sobre o seu tempo?
Percebi então que é isso o que mais busco. Ter liberdade sobre o meu tempo. Ter liberdade para estudar em casa ou no café. Liberdade para ir à praia numa quinta feira a tarde ou comer cupcake.
O que mais me marca nisso tudo é um objetivo que inconscientemente resolvi perseguir, e depois conscientemente, graças aos exemplos que tenho em casa. Ter tempo para fazer o que importa: ficar com a família! Conviver com as pessoas mais especiais do mundo, para nós. Não tem nada no mundo que substitua isso.
E no meio disso tudo, surgiu uma outra questão: a de aproveitar melhor o tempo. Não perder horas na internet... Me distraio muito fácil quando estou no computador. Quando vejo já estou no google pesquisando sobre alguma coisa, ou seguindo um link que alguém postou no facebook. E quando olho no relógio já é meio dia e meu tempo mais produtivo esgotou-se, mais uma vez.
A resposta que encontrei para isso foi uma: acomodação.
É... não tem ninguém me cobrando do que devo fazer, nem dificuldades financeiras batendo na porta. Não vivo no limite. Vivo confortavelmente naquele nível que quase invariavelmente nos leva à inércia. Aquela falta de vontade, o não tentar fazer melhor, diferente. Por isso, que as taxas de empreendedorismo são muito maiores em países sub-desenvolvidos... Por uma única coisa: necessidade.
Quando o sistema, e você mesmo, se coloca em uma parte confortável da vida, a gente se acomoda. E fica de boca aberta, esperando a minhoca chegar, como filhotes de passarinho.
Todos esses pensamentos foram se conjurando em mim ao longo destas últimas semanas. Primeiro a palestra sobre o tempo, depois decidi voltar ao yoga, depois um encontro de empreendedorismo e por último um filme.
A inércia me pega de tempos em tempos... e quando me apercebo, tento jogar ela para bem longe, e às vezes com muita força. Ainda falta o equilíbrio. Mas eu chego lá.

Imagem: Secretariat