quarta-feira, 2 de abril de 2008

"a coisa me escapa entre os dedos"

Fui ao shopping ontem. Imprimir fotos do que passou, confiscar um momento. Procurei pela revista Piauí. Não encontrei.
Fui à locadora hoje. Terminar a saga de envelhecimento do Al Pacino (trilogia do Poderoso Chefão). Lá tinha a revista, de março. Comprei.
Saí da locadora e olhei para a capa. Um dos tópicos era: Aquilo que escapa entre os dedos.
Ainda não tenho um nome para essa sensação, mas a primeira coisa que me veio em mente foi: sincronicidade.
"Tenho pretensões artísticas, ainda que uma profunda insegurança dificulte uma adesão irrestrita a essa atividade. Penso que haja nisso mais que razões psicológicas. Me concentro, procuro encontrar instrumentos que clareiem a mente. Em vão." Rodrigo Naves, o autor da matéria, do texto, da ficção: A coisa me escapa entre os dedos.
O texto é lindo, e a sensação que ele traz também.
No mais simples dos pensamentos, penso: era isso que eu queria escrever!
"Faço da mecânica dos fluidos o escorregador de minh'alma."
"E então, obter da água cristalina o que desesperados e suicidas pedem ao escuro da noite: um espaço que os dissolva, uma atmosfera que lhes alivie o peso e a identidade."
Falar do simples subjetivo, das cores, dar nome as sensações.
Um dia, serão confiscados, e registrados na universalidade da escrita.
Pintura: Almond Branches in Bloom - Vincent van Gogh

Um comentário:

Amigo Imaginário disse...

Ironicamente, as coisas que não queremos que escape, escapa mais rápido quando tentamos segura-las com força.
Mil bjs baby.