sábado, 11 de abril de 2015

Sobre listas e insight.

Eu adoro listas, me ajudam a lembrar das coisas e me manter no caminho que me proponho. Quando li isso, ao mesmo tempo tive um insight sobre uma coisa que me incomodava: o tempo perdido nas redes sociais.  Vejam como tudo se conecta lindamente :)

Retirado do livro: O Vazio Luminoso - Para entender o clássico Livro tibetano dos mortos.
Por Francesca Fremantle. Pg 308 e 309.

"Os "quatro pensamentos que transformam a mente" ou "quatro lembretes" é um ensinamento mahayana sobre o qual se medita repetidamente com o mesmo propósito. O primeiro pensamento é a contemplação do valor da vida humana. Considerando todas as formas de vida possíveis nos seis reinos do samsara, é extremamente raro nascer como um ser humano, e ainda mais raro nascer em um lugar e um tempo onde a pessoa tenha a oportunidade de ouvir e praticar o dharma. O segundo pensamento é a contemplação da impermanência. Tudo está mudando incessantemente e desaparecendo; não sabemos quando a morte vem, somente que ela é certa. O terceiro pensamento é a contemplação do karma, a inevitabilidade de causa e efeito. O que quer que pensemos, digamos ou façamos coloca em movimento uma cadeia de consequências da qual não podemos escapar, seja nesta vida ou na próxima. O quarto pensamento é a contemplação das falhas do samsara e o sofrimento inerente na situação. Olhando para a origem do sofrimento reconhecemos que ele brota da ganância, do ódio e da ilusão do ego, agarrado à existência individual.
Estranho como possa parecer, embora o ego apegado seja realmente nada a não ser causa de tristeza, é extremamente difícil abandoná-lo.
(...)
Mas iluminação significa a morte do ego; a pessoa que se tornar iluminada não estará mais lá.
(...)
Se nunca compreendemos a verdade da impermanência ou praticamos desapego, quando a morte chega, agarramo-nos desesperadamente à nossa antiga vida. Se não tivermos confiança na bondade básica de nossa mente, seremos incapazes de abandonarmos no espaço aberto. Se não tivermos olhado além da superfície da consciência, não reconheceremos a natureza luminosa da mente quando ela for revelada."

E por morte, eu entendo a finalização de ciclos, de relacionamentos, de momentos, de prazeres, e até de dores.
Lendo tudo isso, ainda tive um insight fazendo um paralelo sobre as informações que circulam nas redes sociais e o pensar incessante. Muitas vezes já me peguei num ciclo sem conseguir sair do facebook por exemplo... e outras fiquei viajando em algum assunto e não consegui produzir nada. É difícil quebrar ambos os ciclos, pois vive-se uma ilusão. Mas é necessário perceber e sentir que a vida está além disso tudo, porque racionalmente, já sabemos disso, mas é preciso que isso seja transmutado em atitude para a mudança ocorrer.

Apreendido! Ou desapegado? :)

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