terça-feira, 29 de setembro de 2009

será que um dia direi isso é tudo que sempre sonhei?

Será? Tanta coisa que sonho. Tanta coisa que gostaria de apreender, de aprender, de ver, viver... Não vai ter como tudo isso acontecer ao mesmo tempo. Não mesmo!
Já dizia Sal Paradise, em On the road (Pé na estrada) do Kerouac:
"gosto de muitas coisas ao mesmo tempo e me confundo inteiro e fico todo enrolado correndo de uma estrela cadente para outra até desistir"
Mas o fato é que não tenho um sonho. Uma imagem estática que quero atingir... Quero várias coisas, e o que acontecer vai ser muito bem vindo!
Talvez tenha pequenos sonhos, pequeninos... Ter um cantinho pra mim, um trabalho legal, conhecer lugares.
Mas não são coisas que imagino e fantasio. Claro, já me imaginei na Itália, em Buenos Aires, Paris, morando em Nova York, conhecendo a Polônia... mas não são coisas que persigo... será que dá pra entender?
Ter tudo isso seria muito legal, mas se não tiver, sei que vão ser outras coisas que talvez eu esteja precisando mais.
Talvez sejam sonhos diários. Hoje sonho em poder ler o jornal, ler um pouco do livro, fazer algum artesanato criativo, ter paciência com as pessoas e comigo mesmo, meditar. Que o tempo continue fresco, que o almoço seja gostoso, que o insight salvador apareça e eu descubra o que vim fazer nesse mundo...
Um passo de cada vez, tentando desacelerar o meu mundo e o mundo a minha volta.
Já fui de ficar apavorada: "Caramba, 25 anos nas costas e eu não fiz nada ainda". E isso ainda me pega... Mas já sei que ficar apavorada não adianta. Mudar de estratégia talvez. Descobrir meus sonhos e minha bem aventurança.
Apreendido!






Photo by: Alice Dalton Brown

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Ron

Na minha curta temporada em Vancouver (B.C., Canadá), conheci uma figura. Um negro, alto, careca e de óculos. Vegetariano, fã do Obama, de gadgets, e de fofocas dos famosos. Usava camistas de times brasileiros (ele tinha uma tática ótima para ganhá-las: quando os alunos reclamavam da sua camiseta ele dizia: É simples, é só você me dar uma melhor!). Outra coisa que era uma delícia, ele combinava com a a turma: se você chegava atrasado na aula, na próxima vez vc teria que trazer comida... lanchinho pra turma! Fantástico! O estilo de professor que eu adoro: dinâmico, divertido, antenado... E esse tinha uma característica que me chamou a atenção, ele percebia as pessoas! E procurava ajudá-las de uma maneira fantástica, tanto que até eu, saí um pouco da bolha e fui tomar conselhos com ele.

A sua sala de aula era cheia de posters motivacionais e tinha um do Michael Jordan que eu adorava que dizia:






"I've missed more than 9000 shots in my career. I've lost almost 3000 games. 26 times I've been trusted to take the game winning shot and missed. I've failed over and over again in my life. And that is why I succeed."




Quando o Obama venceu as eleições dos Estados Unidos, a sala ganhou um novo poster.




" Our destiny is not written for us, but by us."

E alguns outros que não achei as imagens para compartilhar neste espaço. No final tem a foto da turma na sala.

Então, um dia eu perguntei-lhe o porque dos posters. Ele me respondeu rapidamente: Eu descobri que o que impede as pessoas de fazerem as coisas é o medo. Os posters são para ajudar as pessoas.

Bum! Eu não concordei inicialmente... Medo? Só isso?

Mas, como eu adoro esses posters e eles provocam um impacto em mim, acabei comprando dois na lojinha que tinha no shopping.

O Ron também nos fazia ler qualquer coisa e levar o que tinhamos lido no dia anterior e contar para os colegas. Foi assim que descobri o Brasil e o desmatamento da Amazônia no jornal grátis de Vancouver. Foi graças a ele que eu fiquei sabendo da existência dos Baby Boomers e das "causas" da crise mundial.

Foi ele também que me deu uma das melhores definições de pessoas introvertidas e extrovertidas. Pessoas introvertidas "ganham energia" quando estão sozinhas. Pessoas extrovertidas "ganham energia" quando estão entre outras pessoas.

E hoje, com a inércia me dominando mais uma vez eu pensei no medo que impedia as pessoas de fazerem as coisas e percebi. Ele tem razão.

Só que o medo toma tantas formas que ele fica fantasiado e difícil de perceber. Mais difícil ainda de lutar contra ele...

É Ron, você merece ser apreendido.




segunda-feira, 14 de setembro de 2009

origens

Confesso que a inspiração para este blog me veio não sei de onde. Mas, como nada é criado do nada, remexendo minha caixa, encontrei um texto que ficava pregado no meu mural antigamente, e então tudo fez sentido!



Aprenda com você



Perceba o que à sua volta se encerra.

Não de entendimento ao que não deve ser entendido. Só aprenda oo que tem que lhe ser ensinado.

Busque somente o valor das ações em que encontrares alguma luz.

Que brilho pode encerrar um diamante que não podemos tocar, que não nos pertence!

Que luz você poderá ver brilhar só para si, se as luzes não são para os indivíduos mas sim para a coletividade?

O que busca, que suas mãos não podem alcançar, ou seus olhos não podem ver?

Apreenda o que deve ser apreendido.

Abre os olhos para que a cegueira dos outros não o ceguem também.

Feche seus ouvidos para palavras que nada podem acrescentar ao seu espírito.

Deixe as misérias do mundo para o mundo.

Viva a sua miséria, e aprenda com ela, pois só ela o fará crescer, só ela lhe dará a chave para dela sair.

Aprenda somente com a sua existência. A dos outros, basta a eles.

A cada um, segundo suas obras.



Desconheço o autor.


sábado, 12 de setembro de 2009

o aqui e o agora

"A coisa mais importante é o aqui e o agora. Este é o momento eterno, e se não o percebes, perdeste a melhor parte da vida, perdeste a percepção de que és portador de uma vida contida entre os pólos de um futuro inimaginável e de um inimaginável e remoto passado. Milhões de anos e incontáveis milhões de antepassados trabalharam para este momento, e tu és o cumprimento deste momento. Tudo o que passou não é mais a realidade, e tudo o que será ainda não é realidade. A realidade é este momento. Olhar a vida como se ela fosse mera preparação para coisas futuras é como se não fosses capaz de saborear sua refeição enquanto está quente. Esta é a verdadeira doença de nosso tempo: todos estão em primeiro lugar aflitos com o futuro. Admite-se que as coisas vão muito mal, de modo que todos tentam pular fora delas, e por isso nunca progridem. Desconhecem o fato de que para minimizar a angústia gerada pelas fantasias sombrias acerca do futuro, deve-se tomar cada momento como o momento eterno, como o exato instante para realizar as experiências necessárias à construção da vida, sem antecipar um remoto futuro. O futuro brota sempre daquilo que existe agora, e não poderá ser sadio se brotar de solo mórbido; se somos mórbidos e não percebemos isto aqui e agora, é claro que acabaremos construindo um futuro doentio. Todos nós estamos experenciando as condições históricas atuais. As coisas estão tão difíceis no presente porque vivemos o ontem estatisticamente. Temendo o futuro, paralisamos e criamos expectativas acerca de uma era dourada, de modo que as coisas caminharam de mal a pior. Por conseguinte, na Psicologia, na vida do indivíduo, é de capital importância que nunca pensemos a vida desconsiderando a ação no agora, com a esperança de que algo sobrevenha no futuro sem que tenhamos construído. Esteja certo de que a vida nunca chegará se pensas deste modo. Deves viver a vida num espírito tal que concretizes cada momento o melhor das possibilidades."
Interpretations of Vision, vol. 6, p. 185 Jung.
Tá aí um texto que merece ser apreendido!